segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O DILEMA DO PRISIONEIRO: Contributo do Prof. Desidério Murcho

(CONCLUSÃO)

Dado saber que esta proposta foi feita ao outro prisioneiro, e continuando a pressupor que ele também pensa amoralmente, tem de ter isso em conta.
Se o leitor não o denunciar mas ele o denunciar a si, ele fica livre e o leitor terá de ficar dez anos na cadeia. É preciso evitar tal coisa; o melhor, pois, é denunciá-lo. Neste caso, tudo vai depender de ele também o denunciar ou não: se não o fizer, é uma maravilha porque o leitor fica livre – e ele cumprirá dez anos na prisão. Mas é óbvio que ele fez exactamente o mesmo raciocínio, pelo que vai denunciá-lo também. Isto significa que apanham ambos cinco anos de cadeia.
Se o leitor pudesse coordenar a sua decisão com a do outro prisioneiro, o melhor para ambos seria ficarem calados – seis meses de prisão para cada um, em vez de cinco anos. Mas, sem garantias de que o outro irá cooperar, ficar calado é para si muito arriscado – pois se o fizer e ele o denunciar, ele ficará livre e o leitor ficará dez anos na cadeia. E, claro, uma vez mais, o outro prisioneiro está a fazer precisamente o mesmo raciocínio – e também ele não tem maneira de garantir que o leitor irá cooperar.

Imagine-se agora que o leitor e o seu companheiro pensam moralmente. Ambos serão solidários e nenhum confessa (*A pena será, então, recorde-se, de seis meses apenas). In  Murcho, Desidério: 7 Ideias Filosóficas que toda a gente deveria conhecer, Editorial BIZÂNCIO, 2011)

terça-feira, 10 de junho de 2014

FOTOS DA IDA AO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE


 

 

 

 




                                                                    fotos apm

O DOIDO E A MORTE, Raul Brandão

FILOSOFIA PARA TODOS organizou uma ida ao Teatro Municipal Joaquim Benite para assistir à peça de Raul Brandão e ópera de Alexandre Delgado O DOIDO E A MORTE, a que aderiram cerca de 40 alunos e professores, e que incluíu uma visita aos bastidores do teatro (muito interessante e didáctica) e um jantar no seu restaurante daquela sala de espectáculos (uma ideia muito boa, pois a relação qualidade-preço era bastante convidativa) 


O DOIDO E A MORTE, comédia existencialista de Raul Brandão, estreou pela primeira vez em Lisboa em 1926. Em 1994, por ocasião da Lisboa Capital da Cultura, Alexandre Delgado encetou uma adaptação para ópera da peça de Brandão: um processo de reescrita que testemunha a vitalidade da obra do  dramaturgo, retomado em 2009, por Joaquim Benite, que integrou as duas versões no espectáculo único que agora se apresenta.

A ópera de Alexandre Delgado foi interpretada pela Orquestra do Teatro Nacional de S. Carlos, com os cantores Carlos Guilherme, Susana Teixeira e Luís Rodrigues.



Fotos do TJB