Hoje, muito
cedo, fui dar uma volta pelo jardim frente à minha casa, solitariamente, como
deve ser.
Depois de
ter percorrido o caminho até ao jardim da Algodeia, deparei com duas situações
que me fizeram chorar: uma, uma rapariga que já tenho visto a deambular pelo
parque do Bonfim, com uma mochila às costas (cor de rosa) e um olhar
completamente absorto, estava hoje sentada num banco e pedia comida, num
desespero total. Não me aproximei muito e deixei algum dinheiro a uma certa
distância para ela o recolher. Esta cena deu-se junto ao parque das crianças.
Continuei o caminho e, quase em frente ao café que existe no jardim e que agora
está encerrado, vi um homem, muito mal vestido, que estava sentado na relva com as mãos na cabeça
e a chorar. Voltei a colocar no chão alguns trocos e segui até à mercearia para
comprar pão, tendo todos os cuidados possíveis. De regresso a casa, fui pela
rua dos correios para seguir pelo Bonfim. Nas escadas do edifício dos correios,
situadas no lado esquerdo, outro homem, com a sua bagagem num saco plástico,
estendia a mão a quem passava. Eu não tinha mais dinheiro comigo e segui triste
e revoltada com tudo o que vi. Quero apelar à polícia, à Câmara e à Segurança Social,
que patrulhem estes locais e encaminhem esta pobre gente para um sítio onde
possam comer e dormir. Assim que cheguei a casa, telefonei de imediato para a
polícia e dei-lhe estas indicações que, aparentemente, foram bem acolhidas,
porque me pediram os locais exatos para lá se deslocarem e tentarem resolver o assunto.
Possivelmente,
estas pessoas viviam das esmolas e de alguma comida que os cafés e as pastelarias
lhes davam. Agora, com tudo fechado, e sem informação, o que será deles?
Por favor
alertem as autoridades sempre que detetarem situações destas.
26 de Março
de 2020
Maria do Carmo Branco
...e se um dia deixarem de chorar ? o q vai ser?
ResponderEliminarGostei muito da atitude e honra lhe seja feita, tendo sugerido uma ótima dica para avistamentos idênticos no futuro e a forma correta de se proceder!
EliminarNo que me toca a mim, o meu muito obrigado!
José Félix