Luz cinzenta pelas frestas da
persiana. Acordei com o dia choroso. Subi a persiana e abri as janelas. Não
chovia ainda do céu quase negro que me deu os bons dias. Mais tarde choveu e
comoveu-me a água escorrendo pelas janelas da cozinha.
Agora, já cerca das 4 e meia da
tarde, o sol entra pela janela e eu sorrio. Gosto do sol. Do céu mesclado de
azul cinzento e branco. Da esperança de alegria com que o sol aquece me aquece
o sorriso. E o rosto.
Curiosa, até para mim, a maneira como
tenho vivido este isolamento. Só em casa (com a minha gata Safo, claro!), quase
nunca falando com alguém, conversando muito com uma outra quase igual a mim que
anda por aqui, nunca me deixando sossegada, obrigando-me a pensar-me, tenho
gozado de uma serenidade que não me é muito habitual. Parece que de mim se
evaporou um peso que sempre me tem acompanhado.
Tenho lido muito. O último livro foi
“O Filho de Mil Homens”, de Valter Hugo Mãe. O próximo? Não sei ainda…
19 de Abril de 2020
Natércia Fraga
Deliciei-me com o artigo. Um poema em prosa. Parabenizo a autora e o blog.
ResponderEliminarJá conhecia a qualidade da escrita da poetisa Natércia Fraga, através da obra "Asas do Desassossego", livro editado pelo CEB, que possuo na minha biblioteca.
Aguardo por mais...