segunda-feira, 13 de abril de 2020

REGISTOS DE UMA QUARENTENA, OU MAIS.




Episódio 11
Ontem foi Domingo de Páscoa. Já passou, mas, na nossa memória, ficará como um dia sofrido.
Os dias santos, a par de outros não santos mas também importantes, tem em comum, entre nós e na maioria dos casos, celebrarem-se à mesa, certamente com excepções que desconheço.
No Domingo de Páscoa, em tempos que já lá vão, o costume familiar variava entre fazer um piquenique no campo ou sentados à mesa, à volta do borreguinho no forno. De uma maneira ou de outra havia pessoas a festejar comendo. E esse acto tão simples de comer, na sua essência faz a distinção entre o homem e o animal: o homem come, o animal alimenta-se.
Mas esta Páscoa, por aquilo que todos sabem, não tive à mesa a presença da família mais próxima. Que mal teremos feito para que tal nos acontecesse?
A divindade estará zangada? Então, como nos tempos bíblicos, sacrifiquei um anho, e ofereci esse sacrifício a Lares e Penates, para os apaziguar, caso os tenha ofendido.
Depois a vítima foi purificada pelo fogo (assada, primeiro em forno baixo, e a seguir mais esperto para acabamento) e já sobre a ara familiar foi-lhe prestada a homenagem que merecia, pelos dois únicos celebrantes em retiro forçado.

 
13 de Abril de 2020.
Sanchez Antunes

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