Domingo,
almoço comigo, frente a cadeiras vazias.
Do outro
lado da janela, calaram-se os pássaros que acordaram a manhã.
Devem
estar recolhidos, na frescura do verde, recente, das árvores da avenida.
Não me
atraem a luz nem o brilho azul do longínquo rio. 
Estou
só. 
Hoje,
aceitei a minha incapacidade de mudar o curso deste tempo novo.
Amanhã, não
sei. Posso rir ou chorar. 
Posso
esgravatar no fundo deste buraco negro, e descobrir insuspeitados sinais de
vida que vistam as horas. 
Talvez
amanhã...
Hoje,
estou sozinha, comigo, e com a recordação das cadeiras todas ocupadas.
12 Abril 2020
MAlice Silva
 
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