TUDO O QUE EM MIM É TEOREMA
Há em mim um vagabundo habitante de
azuis
que inventa poemas.
Mas tudo o que em mim é teorema
pertence a este país de prados e verdes
permanentes,
roxos ocasionais e arco-íris de
cinzento,
e, por muito que isso entristeça minha
Mãe,
muito mais em mim é teorema que poema.
VAI-SE DE DEVER EMBORA
Vai-se de dever embora,
fica-lhe de promessa a hora
assim dividida parte
Senhor do Bomfim,
cuide-me de mim,
Senhor da Boa Nova,
cuide-me da nova hora,
assim pra trás, de dever deixada.
Maria de Sousa, in “A Hora e a Circunstância”
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